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segunda-feira, 21 de abril de 2014

DITADURA MILITAR E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS

No inicio do mês de abril desse ano (2014) foi lembrado dos 50 anos do golpe militar de 1964 no Brasil. Vamos entender um pouco sobre as construções e os impactos que esse “governo” realizou no meio ambiente para entendermos o porquê hoje estamos na crise ambiental no Brasil.

Regime ou ditadura militar brasileira foi o regime autoritáriomilitar e nacionalista que se instalou no governo do país entre 1 de abril de 1964 até 15 de março de 1985. A implantação da ditadura começou com um golpe de Estado em 1964, quando as Forças Armadas do Brasil derrubaram o governo do presidente eleito democraticamente João Goulart e terminou quando José Sarney assumiu o cargo de presidente, quando o país foi redemocratizado e teve início a Nova República.

Das diversas obras feitas ao longo dos 20 anos de ditadura, podemos citar algumas:

Expansão Significativa da Petrobrás - Nesse período, a Petrobrás, de 75 mil barris diários, passou a produzir 750 mil.

Essa expansão possibilitou que o Brasil caminhasse para a sua independência na produção de petróleo, porém como não havia ainda preocupação com o meio ambiente e os impactos causados pelas obras muitos foram os problemas de destruição do ambiente marinho em diversos pontos do país a partir de 1968 que foi realizada a primeira descoberta de petróleo no mar, no Campo de Guaricema, em Sergipe.

Usina Hidrelétrica de Tucuruí - "Sua construção foi iniciada em 1975. A obra principal, sendo uma barragem de terra, quebrou todos os recordes mundiais de terraplenagem. Pode-se destacar ainda as obras da casa de força, do vertedouro (o 2ª maior do mundo, o primeiro é a Three Gorges- China), da eclusa e da grande linha de transmissão que interliga Tucuruí à usina hidrelétrica de Sobradinho no Nordeste do Brasil, via Boa Esperança.

A Usina Hidrelétrica Tucuruí é uma das responsáveis pelo atendimento a mais de 99% do mercado paraense
Imagem 1: Usina de Tucuruí

Em seu trabalho “Impactos ambientais da barragem de Tucuruí: Lições ainda não aprendidas para o desenvolvimento hidrelétrico na Amazônia” Philip M. Fearnside diz que os custos ambientais incluem a perda de floresta, que provoca tanto a perda de ecossistemas naturais como a emissão de gases de efeito estufa. Ecossistemas aquáticos são fortemente afetados pelo bloqueio de migração de peixes e pela criação de ambientes anóxicos (sem oxigênio). A decomposição da vegetação deixada no reservatório cria água anóxica e também produz metano.

A tomada de decisões no caso de Tucuruí era praticamente sem nenhuma influência de estudos ambientais, que foram realizados simultaneamente com a construção da obra. A barragem antecede a exigência, de 1986 e as tomadas de decisões foi estreitamente ligada à influência de empresas de construção, o exército, e interesses financeiros estrangeiros no projeto da construção e do uso da energia elétrica resultante (a maioria da qual é usada para beneficiamento de alumínio).
A construção da segunda etapa da usina elevou a capacidade final instalada para cerca de 8.000 MW, em meados de 2010.

Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira - "Em conjunto com a Usina hidrelétrica Engenheiro Sousa Dias (Jupiá), compõe o sexto maior complexo hidrelétrico do mundo. Sua potência instalada é de 3.444,0 MW e tem 20 unidades geradoras com turbinas tipo Francis. Iniciado pelo governador Adhemar de Barros em 1965, a usina foi concluída em 1978."




Imagem 2: Usina de Jupiá
Em um estudo do impacto socioambiental causado pela construção das usinas hidroelétricas da região de ilha solteira foi verificado que suas construções também não tiveram nenhum estudo prévio antes da sua construção que possibilitou um enorme desaparecimento do ecossistema local, além de trazer problemas sociais para as regiões no entorno das hidrelétricas.

Usina Hidrelétrica de Itaipu - A Usina Hidrelétrica de Itaipu é uma usina hidrelétrica binacional localizada no Rio Paraná, na fronteira entre Brasil e Paraguai. Construída por ambos os países no período de 1975 a 1982, Itaipu é hoje a maior usina geradora de energia do mundo.


Usina Hidreletrica de Itaipu: cenário de destaque na história de crescimento Odebrecht e CBPO
Imagem 3: Usina de Itaipu
Em minha opinião as construções de usinas hidrelétricas de grande porte são um investimento arriscado e em um dado futuro, bastante prejudicial tanto para a população quanto para o ambiente. É arriscado porque em situações de extrema seca a usina fica sem funcionar e sem produzir energia para boa parte dos estados que a cercam sobrecarregando assim as outras tendo o risco de apagão em grande parte do país.

E é prejudicial porque em pequenas cidades com certo número de habitantes não consegue abrigar os trabalhadores para a construção da usina gerando sérios problemas sociais como a violência, a prostituição e muitos outros.

Segundo estudo, a usina hidrelétrica produz diversos impactos ambientais, o que faz com que seja motivo de polêmica atualmente com o avanço das discussões sobre desenvolvimento sustentável. Os estudiosos procuram descobrir a dimensão deste impacto a fim de encontrar formas de amenizá-los, uma vez que a energia hidrelétrica é considerada fonte renovável.

Esses impactos ocorrem principalmente durante a construção dessas usinas, quando afetam a fauna e a flora local. O represamento da água contribui para esta destruição, fazendo com que diversas espécies fiquem submersas e morram, aqueles animais que conseguem fugir acabam saindo de seu habitat natural precisando se adaptar em novos lugares.

Não sou contra as usinas hidrelétricas, porém acho que usinas menores geram menos impactos e dão conta de abastecer melhor as populações do que as maiores.

Angra 1 - Angra 1 teve sua construção iniciada em 1972, tendo recebido licença para operação comercial da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN em dezembro de 1984.

Angra 2 - Angra 2 foi a primeira usina construída a partir do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, firmado em 1975. As obras civis da usina foram contratadas à Construtora Norberto Odebrecht e iniciadas em 1976 com o estaqueamento.

Usinas de Angra
Imagem 4: Angra 1 e 2
Apesar de ser considerada uma forma de energia limpa, sua manutenção é bem cara e quando não realizada corretamente trás problemas catastróficos para a população como um todo.

Imagem 5: Transamazônica
Por fim, o melhor para o final! A Rodovia Transamazônica (BR-230) é uma rodovia brasileira, projetada durante o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici (1969 a 1974), sendo uma das chamadas "obras faraônicas" devido às suas proporções gigantescas, realizadas pelo regime militar.

Além dos fracassos econômicos e sociais do projeto, os custos ambientais em longo prazo foram enormes. Após a construção da Rodovia Trans-amazônica, o desmatamento brasileiro acelerou a níveis nunca antes vistos e vastas áreas de florestas foram desmatadas para agricultura de subsistência e criação de gado. A Rodovia Transamazônica é um exemplo dos estragos ambientais causados pela construção de estradas na floresta.

BIBLIOGRAFIA:


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